Salve, o poeta da Trácia!
Viva, o indecente ceifeiro!
Quem te guiou na trapaça?
Quem te falou ao ouvido
Que o homem é vaso e água?
Que a água é o sopro divino?
Que a morte é a trinca no vaso?
Que é certo o ocaso, e certo o destino?
Agiste de má-fé, quero crer.
Sorveste o ópio do Incerto,
está claro. Qual direito tens
De abalar as luzes do inferno
desta barca sempre errante, do
féretro inteligível e concreto
que jaz no humano cemitério?
Repousaste teus lábios no rosto
esquivo. Mas erraste, caro amigo -
que a alma agora viu-se rota,
entrou em desespero e meteu-se um crivo.
quarta-feira, março 15, 2006
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