segunda-feira, maio 22, 2006

Controle Populacional: o que há por trás da cortina de fumaça? - Parte III

Existe ainda uma terceira corrente denominada Econeomalthusianismo. Sob alaridos de proteção ao meio ambiente (o aumento da população estaria acarretando a extinção das espécies e da biodiversidade), seus defensores sustentam que os próprios seres humanos sejam controlados. Esta teoria levou ao impasse do que se chamou Questão Ecológica, cujo principal ativista difusor é uma ONG denominada WWF, a qual, por meio de um trabalho realizado dois ecologistas - Myers e Anderson – afirma que atualmente a extinção de animais é de uma espécie por dia; mas, em 2030, esta relação será elevada para uma por hora.

Novamente, todavia, os fatos são contrários à tese. Em primeiro lugar, porque nem ao menos sabemos quantas espécies de animais existem no mundo. Em 1994, descobriu-se uma nova espécie de pássaro na Europa e, em 1998, duas espécies de mamíferos na Indochina. Em segundo lugar, porque esta ONG é sustentada por fundos públicos, isto é: sem alarmismo não há repasse de verbas.

A quarta teoria que pretende fundamentar o controle de natalidade é o Desenvolvimentismo, cujo raciocínio pode ser expresso nos seguintes termos: sendo a renda per capita a relação do Produto Nacional Bruto dividido pelo número de habitantes do país, e, considerando como excelente o crescimento do PNB em uma porcentagem que varia de 2% a 5% – meta que é mitigada pelo fato de que a população cresce de 1% a 6% – a solução mais pragmática seria diminuir a população ou, ao menos, estagná-la. O erro, contudo, está em que a solução é exatamente isto: pragmática; falta-lhe a vertente humana. Além disso, se o que conta é apenas o proveito econômico que a pessoa produza ou possa produzir, seria mais coerente, pela mesma dedução, ao invés de impedir a geração de novas pessoas, eliminar as mais velhas. Aquelas são potencialmente mais favoráveis à economia, enquanto estas se tornam, na medida em que passa o tempo, um fardo econômico ambulante. Mas isto ninguém aceita, embora por motivos meramente sentimentais, afetivos – e não racionais. Se considerada verdadeira a premissa maior, e analisada a situação com frieza, não há contradição que desaprove o silogismo.

Em verdade, todas essas posições estão profundamente influenciadas por correntes ideológicas. Malthus escreveu seu livro quando o Liberalismo Econômico inglês de Adam Smith estava a todo vapor. Havia, por essa época, mais mão de obra do que a Inglaterra necessitava, e também mais pobres do que alguns suportavam. Todas as outras fundamentações são decorrências e variantes desta, enraizadas pelas mais diversas ideologias, como o materialismo/pessimismo, o economicismo (a salvação através da economia) e o ecologismo (com a sua mais profunda convicção panteísta), cujo maior representante é a Organização das Nações Unidas. Isto, é claro, sem falar em instituições que financiam o controle de natalidade como a IPPF (International Planned Parenthood Federation), uma Organização Não-Governamental que é sucessora da Eugenic Society (...).

Um comentário:

arthurabatti disse...

Muito bom o texto, me ajudou um monte. Obrigado!